O baobá é uma árvore da flora africana. É do alto de sua copa que observaremos o que se publica em nosso país sobre este vasto e complexo, rico e desconehcido continente. Se esse tema é do seu interesse, galgue esta robusta árvore e venha partilhar esta visão privilegiada.

domingo, 1 de abril de 2012

O Reino do Congo contra Seu Jorge

Noite de sábado do dia 31 de março de 2012, Campinas. No bairro do Taquaral, começava o show ao vivo do Seu Jorge com expectativa de ser visto por cerca de dez mil pessoas. No campus da Unicamp, na Radio Muda, sozinho, o DJ Bantu começava mais um programa África Livre. Concorrência difícil, hein? Mas se você pensa que houve uma gota sequer de desmotivação, pode ter certeza que você está completamente enganado!

Audiencia concedida pelo manicongo aos portugueses
 juntamente com outros súditos
O programa do último sábado elegeu como tema o Reino do Congo. Poderoso Estado centro-africano que ocupou a região onde hoje se encontram os territórios de Cabinda, um enclave de Angola; a República do Congo; uma parte ocidental da República Democrática do Congo; e uma parte centro-sul do Gabão. Na sua máxima dimensão, o reino do Congo estendeu-se desde o oceano Atlântico a oeste, até ao rio Cuango a leste; e do rio Oguwé no atual Gabão ao norte, até o rio Kwanza ao sul. O Reino do Congo teve seu apogeu no século XVI, período que coincidiu com o aparecimento dos portugueses nesta região. Esse encontro marcou o começo do hediondo Tráfico Transatlântico de Escravos.

Rainha Nzinga
O império era governado pelo manicongo, título do imperador. Constituído por nove províncias e três reinos: Ngoy, Kakongo e Loango, sua área de influência estendia-se também aos estados limítrofes, tais como, Kassanje, Kissama, Ndongo e Matamba. Estes dois últimos estados foram, em diferentes momentos, sede do poder da Rainha Nzinga, famosa lideránça política que à sua forma, impediu os portugueses de conquistar totalmente a região.

O começo do fim do Reino do Congo ocorreu na famosa Batalha de Mbwila. Onde forças congolesas e portuguesas, ambas reforçadas por seus numerosos aliados, confrontaram-se estrepitosamente. Nesta batalha, o regente congeles Antonio I foi motalmente atingido, deixando vago o trono. Tal vacância do trono produziu guerras intestinas pelo sucessão que durariam décadas e que fragmentariam irremediavelmente o poderoso Estado. A Batalha de Mbwila ficou magistralmente retratada nos azuleijos da Igraja de Nossa Senhora de Nazaré, em Angola.

Batalha de Mbwila - Azuleijo da Igreja de N. Sª Nazaré em Luanda


Os dois países atualmente conhecidos pelo nome do antigo reino são a Republica do Congo, cuja capital é a cidade de Brazzaville e a Republica Democrática do Congo cuja capital é a cidade de Kinshasa. A Republica Deocrática do Congo é também conhecida por RDC, RD Congo e Congo-Kinshasa. O RDC já teve outros nomes como Estado Livre do Congo, na época em que era propriedade pessoal do Rei da Bélgica, Leopoldo I (1877-1908). Foi também denominado de Republica do Zaire, quando Mobutu Sese Seko impôs uma brutal ditatura ao páis entre 1971 e 1997. O fator fundamental para diferenciar os dois países reside no fato de que o RDC ou Congo-Kinshasa está localizado no centro do continente africano e é um dos maiores países do mundo, tanto em extensão territorial quanto em número populacional. Enquanto a Republica do Congo, ou Congo-Brazzaville é um pequeno país ao ao norte do Rio Congo.

República Democrática do Congo
Republica do Congo













Além dos músicos desses dois países, o programa exibiu artistas de Angola e Gabão. Ritmos como o zouk, o semba, o soukuos e a rumba foram transmitidos na última noite de sábado, em execussões magistrais de Oliver N'Goma, Les Bantous de la Capitale, Werrasom e Paulo Flores. Se você perdeu o programa, não se preocupe. Na próxima quarta-feira o podcast do Africa Livre - O Reino do Congo estará disponível no Na Lupa. Aliás, o programa Africa Livre #02 - O Grande Zimbabue já está disponível, para ouvir, baixar e ler. Continuamos recebendo sugestões, críticas e congratulações no africalivre@yahoo.com.br. Gostou da nossa iniciativa? Mande um email. Logo-logo você terá a oportunidade de ouvir mais um dos nosso podcasts.

Enquanto isso ficaremos por aqui olhando, lendo, ouvindo e baixando, de cima desta enorme árvore.

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