O baobá é uma árvore da flora africana. É do alto de sua copa que observaremos o que se publica em nosso país sobre este vasto e complexo, rico e desconehcido continente. Se esse tema é do seu interesse, galgue esta robusta árvore e venha partilhar esta visão privilegiada.

domingo, 18 de março de 2012

Africa Livre nas ondas da radio livre

Ontem, sábado, 17 de março, estreiou um programa de radio que chamou minha atenção: Africa Livre. O programa anunciava a execução de músicas produzidas por cantores e cantoras africanas. Prometia também agraciar seus ouvintes com cultura e informações sobre o continente negro. Exibido na Radio Muda, o programa surpreendeu.

Mas antes de falar sobre o programa avançemos só um pouquinho sobre o que é Radio Livre. Esta é uma modalidade de transmissão radiofônica que desafia o controle comercial e estatal das transmissões via ondas de radio no Brasil e no mundo. Organizados em coletivos libertários, este tipo de ação política tenta produzir uma forma de comunicação alternativa que zela pela diversidade e indepedência da liberdade de expressão. Muito conhecida no movimento da radiodifusão livre, a Radio Muda é a transmissora livre com mais tempo no ar. Como consta em seu site, o coletivo denomina-se como: NEM ILEGAL NEM LEGAL: LIVRE. É nesta onda radiofônica da liberdade que o programa Africa Livre está surfando.

Apresentado e dirigido pelo DJ Bantu, o programa de ontem exibiu quatro grandes nomes da música africana: Salif Keita, Cesária Évora, Fela Kuti e Miriam Makeba. De borla, como dizem os moçambicanos, o ouvinte foi ainda premiado com algumas informações sobre a vida e a arte destes cantores e cantoras nascidos do outro lado do Atlântico, como também com uma pequena história sobre os países onde nasceram esses importantes nomes da música internacional. Ao que parece, no próximo sábado, o DJ Bantu voltará com novas atrações da música africana.

O ouvinte deve estar preparado para ouvir um programa que tecnicamente ainda está em processo de aperfeiçoamento. Além disso, deve ficar atento para o fato que a radiodifusão livre preocupa-se principalmente com a disseminação das suas ideias, a divulgação da diversidade e a ruptura com os modelos da radiodifusão comercial. Mas apesar dos problemas técnicos, o conteúdo musical e informativo do programa faz valer a pena um pouquinho de sofrimento. Só a título de exemplo e para deixar um pouquinho de inveja em quem não ouviu, o programa do último sábado foi encerrado pela Miriam Makeba em sua magistral interpretação de Xica da Silva. Se no próximo sábado você estiver sem nada para fazer por volta das 19 horas, acesse a Radio Muda e curta um tipo de música ainda muito pouco divulgada no Brasil e encante-se. Eu certamente ficarei aqui de cima do baobá esperando para escutar as próximas supresas.

3 comentários:

  1. Linda iniciativa. O programa paresentou uma excelente qualidade musical. Fico muito feliz com mais um espaço para divulgação de um pouquinho de África no Brasil!!!

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  2. Salve Marcos, bela estréia! Parabéns pelo programa.
    Abraços,

    Lucas D. (Na Lupa - às segundas das 21 as 22hrs)

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